segunda-feira, 1 de março de 2010

Deodoro da Fonseca


O Alagoano Deodoro da Fonseca comandou o Governo Provisório por dois anos. A primeira eleição da República foi indireta, e ele assumiu perante a Câmara. Em vez de assinar um termo de posse nos moldes que se tornariam padrão na República, publicou uma ata da proclamação e o Decreto n°, onde se estabelcem as normas governamentais que passariam a vigorar. O livro de posse só seria inaugurado em 1891. A política desenvolvida por Deodoro era vista como "centralizadora" contrária aos ideais federativos. Ele depôs vários governantes e fechou o Congresso, em 1891, desrespeitando a Constituição.

Velho, doente e autoritario, o primeiro presidente não foi o governante dos melhores sonhos republicanos. Formou um ministério composto de estrelas como Rui Barbosa, Campos Sales, Quintino Bocaiuva, e Benjamim Constat - que não se entendia entre si e muito menos com o chefe do governo. Quando surgiu o Jornal do Brasil, em abril de 1891, o primeiro governo republicano já vivia crise sobre crise, num processo que o levaria a um fim abrupto, ainda nauquele ano.

Deodoro que até então era chefe de um governo provisório, foi eleito presidente constitucional pelo Congresso. Mas preferiu governar sozinho, e em 3 de novembro fechou o congresso, decretou o estado de sítio e a censura à imprensa. A situação econômica do país era ruim; uma desenfreada especulação na Bolsa arruinava os produtores. Era o encilhamento. Movimentos grevistas e a ameaça de uma revolta na Armada (Marinha), capitaneada pole almirante Custódio de melo, levaram à renuncia do marechal, no dia 23 de novembro de 1891.

Historiadores sustentam, ainda hoje, que o marechal Deodoro teria dito " Viva o Imperador" e não "Viva a Republica" ao sacudir o quepe, montado em seu cavalo, no histórico 15 de novembro de 1889. Sua intenção seria apenas derrubar o gabinete dos visconde de Ouro Preto, mas estimulado por republicanos militantes, como Benjamim Constant e Quintino Bocaiúva, foi adiante e acabou derrubando toda a monarquia. De qualquer forma, Deodoro havia sido servidor fiel do Imperador, a quem pessoalmente respeitava. Transformado, querendo ou não, no primeiro presidente republicano, assumiu postura imperial, como é facíl perceber pela leitura do manifetso que lançou à nação ao dissolver o Congresso.


"[...]

A 15 de novembro de 1889, achei -me a vosso lado para deposição da monachia; hoje me encontraes ainda, fiel á minha missão de soldado e de brazileiro para depor a anarchia.

[...]

Para evitar todos males, resolvo,como disse, dissolver um assembléia que só poderá acarretar ainda maiores desgraças.

Assumo a responsabilidade da situação e prometo governar com a Constituição, que nos rege.

Garanto a paz, a ordem e a verdade das instituições republicanas."


O Generalismo do todas as forças de terra e Mar deu nosso primeiro golpe de Estado para não ter que passar pela vergonha de impedimento que o Congresso certamente aprovaria , pois ele tinha perdido a sustentação política. Mas 20 dias mais tarde, diante da ameaça de canhões da esquadra, ele renunciou governo ao vice, Floriano Peixoto.


O Jornal do Brasil saudou o fim da ditadura que causava, nas palavras do redator, um "desgosto profundo" no país. Desiludido e doente, Deodoro morreu no dia 23 de agosto de 1892. Dispensou honras militares e quis ser enterrado em trajes civis.
texto retirado do livro; O LIVRO DOS POLÍTICOS, dos autores Heródoto Barbeiro e Brunna Cantele.

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